terça-feira, 7 de maio de 2013

Deixa falar a intuição






Quando o sono brinca de esconde-esconde entre as cobertas, os travesseiros, entre os olhos, mas nunca ousa entrar? Nem como um fantasma que criam invadir os corpos pela boca, deixei a minha aberta, chamando o nome de Morfeu até altas horas da madrugada. Era calor, era frio, era neutro, era bom, era ruim, era indiferente. A falta de sono misturada com a obrigação de dormir faz isso com as sensações. Ler e entregar-se à falta do sono, ou tentar dormir a todo custo? As dúvidas que pairam no ar, cercamos com essas perguntas da ordem do agora. Mascaramos as mãos que tiram o sono da gente com medidas paliativas para encontrar um meio de pregar os olhos... olhos pregados. Sensação mais cristã que me deu agora. Preciso me purificar. Entre o sono e a vigília, eu passei um tempo na cama. Um tempo na mesa. Um tempo na sala. Um no jardim. Bolei mil receitas, consultei meu horóscopo, fiz um mapa astral. Fiz as contas do orçamento do mês. E o sono só me observava do seu canto majestoso. Deixei até uma armadilha na cama para ele. Pegaria a força se necessário fosse. Mas não. Não foi preciso. Quando parei de prestar atenção que não dormia, despreocupei. Dormi. Talvez essa seja a minha sina. Deixar de olhar diretamente para poder desenrolar. Uma lição para enfrentar as Hydras da minha vida. Não olhar diretamente. A solução não está nos olhos dela. E o fato tão socialmente consumado de enfrentar tudo de cara? Ah, sociedade... desde quando mesmo é que estamos falando a mesma língua? Vou olhar para os reflexos. Vou refletir sobre os reflexos. Vou procurar nos espelhos aquilo que eu nunca vi. Vou olhar para a moldura e deixar que minha mão empunhe a espada e vá para a guerra. Vou atrás dela, mas deixo a intuição falar um pouco mais alto agora.

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