terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Na direção certa

Ando pensando em qual direção as coisas caminham no meu dia-a-dia e como eu contribuo para com as forças de um padrão social que não reconhece meu lugar na sociedade. Acho importante encontrar o equilíbrio entre aquilo que você pode fazer, que está ao seu alcance, e aquilo que simbolizaria uma verdadeira ruptura. Existem caminhos pelos quais você se sujeita, em outros você é o martir. Em alguns, minoria, você é o heroi. Mas ainda assim, todos são caminhos. Vemos ventos que sopram na direção de uma sociedade repensada, e ventos na direção oposta, como o caso da agressão dos gays com lâmpadas.
Existe tudo muito junto, muito misturado, muito homogeneizado. A mídia, com o poder que tem, não parece investir nessa direção. E por que não, será? Por que isso não é interessante? Não promoveria tantas melhorias sociais pessoas mais bem resolvidas e com chances de mercado de trabalho em condição de igualdade, com respeito e dignidade no dia-a-dia, sem sofrer discriminação por minhas condutas.
Procuro militar como posso. às vezes, até jogo sujo, confesso. Mas é que tem uma coisa: gente muito hétero é muito restrita, e até um papinho leve fica difícil. Mas eu sempre tenho paciência e respeito as limitações de cada um. Agora, sofrer bullyng por nem ser tão diferente assim, é o fim, heim?
No fim das contas, fico aqui me perguntando. Penso em como seria caminhar numa direção certa. Como seria dificil encontrar uma direção certa para todos, não é? Definir trajetos e delimitar condutas é um caminho para onde? O que nos espera no final desse arco-íris preto e branco? Para qual lado é o da direção certa? É quase confortável perguntar, porque a pergunta é metade do caminho para a resposta. Mesmo que não haja a resposta, há pelo menos a pergunta, que faz fronteiras com a resposta.
A sociedade é tão héterogênea ao mesmo tempo que eu imagino que tudo terá espaço para evoluir: perspectivas aceitáveis e inaceiáveis, porque cada cultura é una e unica em si, assim como o é cada indivíduo. Para esses, como disse cazuza, insetos em volta da lâmpada, só me resta escorregar os dedos por sobre o interruptor e apagar minha doce ilusão do caminho certo para todos, e de um mundo com espaço de sobra para todos os seres.

 - Não sei. Não quero saber. Tenho raiva de quem sabe.

2 comentários:

  1. " gente muito hétero é muito restrita,"

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  2. Achei interessante reler o meu post e ver que eu trato hétero de uma maneira a generalizar sensações diferentes. Minha repulsa é pela conduta machista, que não precisa estar necessariamente à mostra no hétero, apesar de ser mais facilmente reconhecida neles. Exstem muitos bons héteros que se afastam do homofóbico, do machismo, do sexismo, e tudo e tal. Mais coisas para repensar.

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