quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Encontro

Estou aqui na biblioteca, me contorcendo com a minha dissertação. Num dado momento de sufoco, decido pela pausa. A cabeça pedia trégua. A auto-estima balançada pelo desempenho que não goza do mesmo fôlego do tempo tavez tenha mandado meus olhos perderem-se nas imperfeições do concreto da sala de estudos. As pessoas em volta todas debruçadas sobre os livros e os computadores pintavam o cenário acadêmico que, a essa altura do ano, não lotava as bancadas. No alto de uma estante, um compêndio sobre as famílias brasileiras. Meu ego gritou: - ceda! Caia na tentação do desvio de foco. Chafurde no seio do ócio e abra esse livro.

Hipnotizado pelo estranho desejo de abrir, tentei me segurar para cair na tentação. Mas o livro era mais forte do que eu. Lá estava meu nome e meus sobrenomes. Registrados pelo tempo nas páginas daquele livro. Abri. Li os meus três nomes procurando uma identificação como procura as mãos que abrem o jornal para o espelho do horóscopo do dia. Meus sobrenomes não me marcavam. Eu estava dissolvido no meio de uma família tão grande. Mas meu primeiro nome, intacto a pelo menos três gerações, tanto partena quanto materna, gritou minha razão de volta para mim e mostrou-se, para o meu deleite.


Guilherme = Nome de homem, por vezes usado na forma de nome de família. Do germânico. Do francônio através do francês antigo Guilleime. O primeiro elemento é a raiz que se encontra no gótico wilja, vontade, no antigo lto alemão, wellen, alemão moderno, wollen, querer, no antigo inglês willian, inglês moderno moderno, will. O segundo elemento é hilms, proteção, elmo. O Century, derivando do médio alto alemão Willehelm, alemão moderno Wilhelm, interpretou como “elmo de resolução”. Kleinpaul interpretou como “o que está sob a proteção de Vili”,Vili, um dos irmãos de Odin. Formas antigas: Vilelmus [documentado no ano de 969], Villelmo [doc. 1220], Guilhelme, Guilielmo, Guilhermo. Apesar das documentações antigas, J. Piel rejeita as origem visigótica para aceitar a francônia, porque os godos não possuíam nomes compostos com hilms.

O desejo, a vontade, o elmo, a proteção. Nessa ordem. Primeiro a vontade. Depois a proteção. Ou simplesmente juntos. Concomitantes. Este sou eu, talvez. E ainda assim, talvez não. Embebido de mim mesmo, recobro que depois do prazer, precisaria cuidar dos afazeres. Tal qual sugeria a proteção depois da vontade. Devorado de extasia, voltei a mim mesmo, num caminho confuso, até cair aqui de novo. E de cá, volto para lá. Um dia ainda me encontro.

2 comentários:

  1. Tudo isso vc sentiu na Biblioteca??? Ta estudando demais hein... okoakokoa

    Normal, tbm dou umas viajadas..


    *Arruma o link do blog no twitter

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  2. E aí, cara! Nossa! Fiquei surpreso em vê-lo aqui! Hehehehe. E obrigado pela visita e pelo toque do link. Vou arrumar mesmo. E quanto à viajada, essa é praticamente ordem das palavras por aqui... hehehe. Afinal, o sentido é apenas uma convenção social, e nós quebramos tantas, porque não essa, não é?
    Obrigado e até!

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