terça-feira, 15 de junho de 2010

Gênero cruel

Os gêneros textuais são formas tipificadas de textos que possuem uma determinada função dentro de um contexto específico. Essa definição torna a visão de texto algo mais formal. Ainda que saibamos que os textos existem em outras modalidades (formal, informal, oral, escrito, etc), sempre que temos essa definição, não pensamos primeiramente numa conversa via internet ou sms. Mas até elas são assim. Inclusive, a moda das poucas palavras chegou com tudo depois do twitter. Mas há um gênero que faz as pessoas arrepiarem: a placa de aviso de tempo de apresentação acabando.

Os slides que ainda não foram apresentados são somados e divididos pelo tempo que ainda sobra para terminar. Em geral, são avisados os comunicantes aos últimos três minutos. Assim, se ainda restarem 3 slides para serem apresentados em 3 minutos, você consegue separar um minuto para cada slide. Isso se nenhum deles for um gráfico mirabolante que você deverá explicar. O resultado dessa situação é sempre complicado. O desconcerto vem à tona, o ph do cérebro fica ácido e dá aquele branco. Neste momento, entra em cena o improvável improviso. Se der certo, bem. Se não, tant pis. (bem feito).

Depois de um parto difícil de um gênero textual conhecido por artigo, temos o gênero oral em situação comunicativa formal – apresentação de comunicação em evento científico. Para todos eles, há a escrita, a reescrita, o ensaio da fala, a reorganização, os slides. Tudo isso constante nos momentos anteriores à fala. No durante, os gêneros ‘cara das pessoas’, pontualidade, computador dando pau, luz do projetor fraca, orientadores presentes, e outras ‘condições adversas’ se unem e numa única voz se levantam numa placa contra o comunicante avisando dos últimos segundos de vida. E tudo acaba. Os gêneros textuais podem conter apenas um nanotexto: 3 min. O efeito que ele causa pode anular toda a sua preparação de muitas horas de dedicação. Sorte para quem se virou nos 30. Azar para quem não conseguiu. E no fim de tudo, o gênero ‘cale a boca já’ se sobressai e sempre dá o tom do fim da fala e o sabor das últimas gotas de suor.

3 comentários:

  1. meu caro amigo: hehe eu... bem, não tem oq dizer obrigado, por entender!!!
    Te amo saudades bj bj!!!
    estou correndo volto em breve kkk

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  2. Oi, gostei muito da postagem. Vou trabalhar o gênero esse mês com meus alunos. Valeu a dica! ;-)

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