domingo, 20 de junho de 2010

O que basta?

As relações se baseiam no sentimento mais incompreendido de todos: o amor. Sendo essa a base de um acordo entre duas pessoas que estabelecem vínculos íntimos, não devemos esperar que a estabilidade seja uma constante nos dia-a-dia. Além do amor, são necessários outros pontos a serem vistos e revistos. Isso nos coloca frente ao desmoronamento do mundo de contos de fada no qual crescemos idealizando: somente o amor não basta.

Uma relação já começa com a promessa de duração eterna. Sempre que o amor pinta tudo, a primeira coisa que o coração fixa na cabeça é que essa é a condição ideal para a felicidade eterna. Mas, como já dito, só o amor não basta. É preciso também muita dedicação. Então, o conceito de relação que vemos aqui pode ser ampliado alem das barreiras do amor. A dissertação que devo escrever será fruto de muita dedicação. Ela também vai me trazer muitas noites sem sono, muitas lágrimas e desespero [como já tem começado a dar sinal de que seria assim, além dos que já passaram por isso e avisaram que assim seria]. E no percurso sofrido eu vou me perguntar: será que eu amo essa dissertação? Com certeza sim. Amo a condição de precisar escrever uma.

Mas só o amor que tenho pelo estudo não basta. É preciso dedicação. Numa relação amorosa, são estabelecidos conceitos e critérios sob os quais tudo deverá trilhar. Numa dissertação existe apenas uma cabeça pensando, retorcendo-se em si e distorcendo as mil vozes da teoria. Na relação, as vozes que são distorcidas são as nossas mesmo. Ora por nós mesmos, ora por outrem, pelo par mais desenvolvido, como diria Vygotsky. Pelo Outro, para Bakhtin. Mas e pra mim? Repensar teorias é mais fácil, parece. Por isso estudo. (?)


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