sábado, 27 de novembro de 2010

Fuga imóvel

Meus olhos varreram o céu estrelado. Cada brilho no relevo da calada negra é uma estrela perdida no tempo e no espaço, embora esses conceitos existam somente para nós. Mas quem é que sabe onde está se nunca viu nada diferente? Eu vejo uma estrela perdida no espaço mas não vejo o espaço. E mesmo que ele esteja lá, eu nunca o verei com meus próprios olhos. Por isso, vejo o céu estrelado, mas vejo só brilho.

Eu olho para a Lua, dançando sua dança da fita no céu. Eu vejo seus passos seduzindo a vida a brotar no fogo do meu céu. Eu vejo tudo isso de muito longe. E sinto tudo muito suavemente. Estou sob minha árvore de pedra produzindo meu todo abstrato. Eu uivo perdido para a noite em busca de inspiração. O sopro de resposta me beija os ouvidos mas seus sussurros se perdem no ar ao caminho do meu abrigo.

Quisera eu, como os não brancos, que fazem teias de captar os maus sonhos. Faria uma rede em volta de toda minha casa e tudo que estivesse dentro do círculo faria parte de mim. Na Tailândia, Ritos públicos à Lua Cheia. E eu aqui, na minha solitária adoração.

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