quarta-feira, 9 de maio de 2012

O que vai embora com os pêlos

Pêlos, cabelos, penugens e pelagens humanas. Quem não as tem? Pois é. Nem sempre como espera-se exatamente, mas esses fios capilares crescem moldando muito sentido nas nossas vidas de modo que nem nos damos conta. Não prestamos atenção claramente nisso, mas como o pelo humano te ressignifica, não é mesmo? O careca por exemplo, só é careca pela marcação da ausência de pêlos. Já o ursinho, por pêlos pelo corpo. É claro que nossa identidade é muito dita pelo que nossos amigos pelianos dizem sobre nós.

Quando temos pêlos demais aqui, de menos ali, mais do que gostaria lá e menos do que improvável acolá. Pêlos é que não faltam. E, se são tão marcantes assim, o que dizer desses que vemos ir embora pelos ralos, ou os que seguem deitados em nossos travesseiros enquanto já estamos no trabalho? Esses que abandonam o barco... O meio termo, não ser um nem outro totalmente, foi muito debatido nas diversas manifestações políticas, enconômicas, sociais, etc. A pessoa ou tinha cabelos ou não tinha. Não existe alguém que seja um processo. Existimos, para muita gente, somente enquanto ponto de largada e ponto de chegada.

Depois de todos esses rodeios, revelo ter cortado o cabelo. E que também fiz a barba. Para uns uma rejuvenecida. Para outros, descontraída. Os pêlos, pelos significados que produzem, contam se somos bravos, se somos velhos ou novos, cisudos, exóticos, enfim. Para mim o efeito foi de perder uns anos aí. Tudo por conta dos famigerados.

E para aqueles que não lêem caras, rostos e faces, #sólamento.

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