quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Gosto do meu quero


Imploro às verdades para que sejam absolutas. Para que sejam leves, brandas, contudo absolutas. Quero sempre o limite do desenho da sombra. Quero sempre ver as margens entre a luz e as trevas que brotam de mim. Quero saber o sabor e o saber dos alimentos. Quero ver sucumbir os mitos e as lendas. Quero ver a igreja ruir. Quero ver Homens e homens. Mulheres e mulheres. Quero conhecer a verdadeira face do plano do uno. Quero saber se somos um, qual é sua parte que me espera. Quero sentir pulsar dentro de mim as veias dessa sociedade. Quer ver o que sobra, o que resta. Quero ver o vazio enchendo de mundos e o cheio perdendo seus valores. Quero saber se a igualdade está nesse pacote. Quero saber se a gentileza veio só como brinde. Quero saber se todos tiveram acesso ao mesmo pacote e cada um que ficou responsável por distorcer o seu. Quero saber se o gosto desses brindes tem efeito alucinógeno. Quero tudo isso e mais um pouco. Quero ficar louco, se é que ainda não o fiz. Só não quero uma coisa, que as verdades que tenho que fingir sejam sempre a verdade do outro. Quero ver todo mundo perdendo o chão, buscando para os pés um novo conforto. Quero ver quantos encontrarão.

Um comentário:

  1. MARAVILHOSO!!!! Principalmente porque não é só um querer subjetivo, é seu, mas é também é o que está pulsando lá fora, no mundo... e precisa ser gritado. E você teve a sensibilidade de sentir isso e gritar.

    ResponderExcluir