sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Bom, nesse sonho eu finalmente estava numa casa que em outros sonhos eu já havia tentado chegar algumas vezes. E lá já estava eu. Não me lembro do percurso, só lembro que cheguei. Era casa do Luís Carlos e do Charles. Em outros sonhos, quem estava nessa casa era o irmão de um deles. Agora, quando entro lá, deparo-me com minha mãe, umas pessoas poucas, todas conhecidas. E eis que por uma porta vem brincando inocentemente a figura de uma menina de seus mais ou menos quatro anos. Linda, era ela. Eu já de pronto me senti atraído. Era bela e educada. E eu, fascinado, tive no mesmo instante a certeza de que era minha filha. E junto à certeza, outra – ela não sabia que eu era seu pai. Mas ali, naquela casa? Nada disso mais importava. O contexto era tão bizarro para que houvesse uma filha minha ali, mas e daí? Era linda, a menina, cujo o nome já perdi nas deslembranças desse sonho. Minha mãe estava ali no sonho e parecia já saber de tudo. E eu titubeei, pensei: conto a ela ou não que sou seu pai? Contei. Ela me deu um abraço apertado e mostrou-se tão feliz, mas tão feliz... aquilo me comoveu muito. Muito mesmo. E então chorei. O clima era de felicidade geral. E então, perguntei para ela: mas quem é sua mãe? E ela só apontou uma mulher na mesa, do outro lado. Era Lucimar. Uma amiga minha da terceira ou quarta série. E o diálogo: Mas Lucimar, por que você não me disse nada? – Por que você gostava da Karla. Karla é uma amiga minha daquelas que a gente nem sabe de quando porque éramos muito criancinhas quando nos conhecemos. Nem lembro o dia que a conheci, só que quando me dei conta de que eu vivia e era alguém, eu já era amigo dela. No sonho chegava meu pai, chegava o Luís Carlos, velho, com o rosto de velho. O Charles como sempre alheio ao tempo que passava para todos, menos para ele. E a criança. Fiquei tão impressionado com o sonho, com a clareza com que vi o rosto da minha filha, que não tinha nome pelo jeito, porque não me importei em perguntar e ninguém falou durante o sonho.


Talvez seja o meu momento do retorno de saturno, e o meu corpo chamando para o ringue minhas obrigações parentais. Não tenho filhos... agora fico pensando se completo ou não a frase com o AINDA.

Um comentário:

  1. É o seu "instinto paterno" se manifestando....
    Todo mundo passa por essa fase de querer filhos, ainda que depois de algum tempo não os queira mais.

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