segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A crise matinal do dia D


Depois de ter feito a leitura dos pontos principais que eu já tinha pronto, depois de reler um livro todo num dia [nunca consegui fazer isso], depois de ler coisas novas, depois de conversar e descontrair com os alberguistas aqui em Floripa, acordei, há mais ou menos 2 horas, com a adrenalina chegando na goela. A sensação foi crescendo e eu tive que me controlar e procurar o remédio sem acordar nenhum dos 7 alberguistas que dividiam o quarto comigo, e eu com eles. Mas o meu coração não estava nem um pouco divido. Ele estava tomado de uma vontade louca de nem mesmo sei o quê.

Corri tranquilamente em direção ao shorts. O remédio estaria ali, esperando por mim. Mas estava? Não. Serviu para aumentar minha tensão. Meu desespero que aos poucos eu sentia vazar pelos olhos. Movimentos frenéticos da minha mão se enfiaram na mochila atrás de outra cartela. Procurar a começada a essa altura do campeonato é balela. Tomei. Esperei. Diminuiu, mas não passou. Em 15 minutos tomo o café da manhã. Não sei mesmo o que fazer. Estou conturbado e não quero deixar as poucas horas de sono mal dormido atrapalharem meu desempenho na prova. Não estou necessariamente preparado para ela com a lista de livros X, mas tenho alguns conhecimentos que certamente vão me permitir ter as minhas 4 respostas.

O remédio tira a concentração e deixa a pessoa esquecida, disse a médica arregalando os olhos por detrás das lentes dos óculos, que já faziam o papel de arregalamento causando o mesmo efeito ainda que ela não quisesse. São os olhos gigantescos, pupilas dilatas, que eu vejo no espelho. Quando olho para o centro dos olhos, eu a vejo, fazendo ressalvas. Não sei ainda bem o que fazer. Tomei meio remédio, sublingual. E agora, exatamente agora, eu respirei aliviado. Acho que foi a escrita que ajudou a me tranquilizar. Acho que vou tomar café da manhã e tomar a outra parte do remédio. E depois vou deixar que ele faça efeito, comigo na cama, com a Mussalim e com a Bentes. Mais improvável. Mais improviso. Mais sufoco, mais alívio. Mais hora, menos hora, chega a minha vez.

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